Quando se fala de crítica da razão pretende-se designar o esforço empreendido para destacar o que, no quadro da razão ou fora dela, passa por não razoável mas é, pelo contrário, perfeitamente razoável. Sob o termo razoável deve entender-se aquilo que é não só inteligível, isto é, que “tem sentido”, mas, além disso, legitimamente fundado como verdadeiro, bom, belo e útil. A pedagogia, cujo objetivo é instruir o homem pela comunicação de conhecimentos teóricos e práticos, deveria fazer passar pelo crivo da crítica da razão os meios que emprega a fim de verificar se são razoáveis ou não, se ela não ignora que estes seriam perfeitamente legítimos e eficazes. A razão pedagógica sofreu, até aos nossos dias, de uma falta de identidade. Assim, ela extrai as suas razões de outras fontes, que não a pedagogia. A razão pedagógica não conseguiu, contudo, a autonomia do seu objeto: é ao progresso técnico que ela deve o que pensa serem novos meios, mas de que conviria avaliar o significado e o alcance pedagógicos… Mas não pode fazê-lo, devido à sua falta de identidade. Por outras palavras, à falta de ter conseguido identificar o seu objeto, a pedagogia vai procurá-lo fora de si própria: na inteligibilidade da disciplina, em lugar de buscar a sua inteligibilidade em si mesma. A questão que se levanta é esta: qual o objeto da pedagogia? A razão pedagógica está na comunicação do saber de alguém que o possui a alguém que não o possui. É esta relação que deve constituir o objeto da pedagogia, isto é, a sua razão de ser própria, inalienável, incontornável.
HORIZONTES PEDAGÓGICOS
CRÍTICA DA RAZÃO PEDAGÓGICA
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Quando se fala de crítica da razão pretende-se designar o esforço empreendido para destacar o que, no quadro da razão ou fora dela, passa por não razoável mas é, pelo contrário, perfeitamente razoável.
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